quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O Licor de Ginja de Óbidos

Sair à noite é um hábito na região Oeste. Em todos os concelhos, nos bares e discotecas ganham vida nas noites de fim-de-semana, permitindo aos seus frequentadores esquecer um pouco o stress do dia a dia, os problemas do mercado laboral e as exigências familiares. Mas, no meio de todos os programas nocturnos, há um que tem um toque especial, pois reúne diversão, convívio e tradição: ir até Óbidos beber uma ginja num dos rústicos e tradicionais bares que existem pela vila.
A ginja é um fruto agridoce, com inúmeras propriedades medicinais, digestivas e diuréticas, oriundo da Ásia Menor, que depressa se espalhou pela Europa e, particularmente, por Portugal, onde encontrou um solo e um clima propícios ao seu crescimento. Esta encontrou forte tradição na região Oeste, principalmente no concelho de Óbidos, já que o domínio das encostas do Sobral de Lagoa e das Várzeas da Dagorda facilitam o aproveitamento do próprio fruto e o microclima temperado e húmido, aliado a outros factores, fomentam a sua qualidade. O licor da Ginja d’Óbidos foi criado pelos frades beneditinos, tendo a sua receita sido mantida secreta até que, no século XIX, a fábrica da Abadia que produzia este licor conventual foi extinta e o “segredo” relevado.
Estudos recentes, realizados por cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revelam que o consumo de ginjas poderá reduzir os níveis de colesterol e açúcar no sangue, como também o armazenamento de gordura no fígado, assim preveni o desenvolvimento de doenças do foro cardíaco e diabetes. É mais uma razão para se beber o delicioso Licor de Ginja de Óbidos!
Livros sobre a ginja e o seu licor, bem como a aposta forte de algumas marcas no marketing e na promoção do licor têm atraído a atenção de consumidores de todo o mundo e também da comunicação social. Ainda em Julho, RTP e SIC realizaram reportagens sobre o Licor de Ginja de Óbidos, o que demonstra bem a crescente popularidade deste produto tradicional.
O fabrico da Ginja de Óbidos é artesanal e demorado. Tudo começa no ginjal, onde o fruto é colhido. Depois, as ginjas são mergulhadas numa infusão que, muitas vezes, chega a atingir e ultrapassar um ano de duração. Posteriormente, o fruto é prensado e é misturado com a infusão e com as caldas de açúcar, para, depois do controle de qualidade, o licor ser engarrafado.



Fonte: Expansão nº3 – Outubro 2007

2 comentários:

Rafaela disse...

a vida sem a noite nao seria a mesma, mais stressante ahahah xD

até chegam a existir bares que só vendem ginja tradicional, por vezes são os melhores.

assim se vê que o OESTE cada vez esta a ser mais reconhecido com o devido valor.

Pedro disse...

Custou mas valeu a pena!
O texto está bastante bom, como era de esperar :p
É pena é eu não gostar de ginja mas para quem gosta, aí está um belo post.
Continua, beijinhos.